quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Nutricionista faz protesto comendo comida de cachorro

Não precisamos chegar a esse ponto para provar os benefícios de uma alimentação saudável.

Radicalismos nunca venceram nada.....


Crítico da dieta pouco nutritiva consumida por boa parte dos americanos, o
nutricionista Michael Konowalski, 32, começou um "experimento" em janeiro de
2010: "Passei a comer qualquer coisa que tivesse vontade, fosse uma refeição
fast-food, um cachorro-quente, na hora em que tivesse vontade, sem
restrições, por 11 meses. Depois, passei um mês comendo apenas McDonald's".

Em janeiro deste ano, o "experimento" entrou numa nova "fase": Konowalski
passou a comer apenas comida de cachorro, o que pretende fazer por "30 ou 90
dias". O objetivo: mostrar que até ração animal é "bem melhor do que a dieta
do americano comum".

"Não estou buscando seguidores, não recomendo isso para ninguém. Mas acho
que o país tem que acordar para o que come. Sofremos (os efeitos dessa
dieta) porque queremos. É nossa escolha", disse Konowalski - polonês
radicado nos EUA há dez anos, pai de duas crianças e, segundo ele, criador
de planos de dietas para atletas - à BBC Brasil por telefone.

Ele está descrevendo sua rotina no blog inserido no site
www.thechoiceprojectmovie.com.

Mais energia e mais gordura

O nutricionista diz que se sente "mais cheio de energia" agora, enquanto se
alimenta de ração - orgânica, ressalta ele - do que durante o mês em que se
alimentava apenas de lanches do McDonald's.

"E minha taxa de gordura corporal, que antes do 'experimento' era de 8% a
10%, subiu para 22% (nos meses em que ele comeu o que queria e fast-food) e
baixou para 19% no último mês", diz ele.

Ele confessa que não conseguiu comer a ração nos primeiros dias em que se
propôs a fazê-lo, "pela barreira mental".

"Mas não estou comendo pelo sabor, e sim pelos nutrientes, ainda que (os
presentes na ração) não sejam suficientes. Estou fazendo isso para provar
meu ponto."

Mudar a vida

Konowalski está fazendo um documentário sobre a experiência, que gostaria de
lançar até o final do ano que vem. Mas ele nega que suas refeições "caninas"
sejam um golpe publicitário.

"Não estou fazendo isso por fama ou dinheiro. Tanto que nem envolvi o nome
da minha empresa de nutrição no projeto. Quero inspirar as pessoas a mudar
suas vidas. E é um desafio pessoal também. Tenho alguns projetos não
finalizados, mas neste eu tenho que ir até o fim" (Ainda que o fim não
esteja muito claro: Konowalski diz que não sabe que rumo tomará sua dieta
após a experiência com comida de cachorro).

Ele diz que o documentário semelhante Supersize Me (2004), em que o autor,
Morgan Spurlock, passou um mês se alimentando apenas de McDonald's, falha ao
atribuir a terceiros a culpa pela empobrecida alimentação praticada nos
Estados Unidos e no mundo.

"Culpamos o governo, as empresas, todo o mundo. Mas nossa alimentação é
nossa escolha pessoal. E, em geral, não costumamos escolher comidas
saudáveis", opina Konowalski.

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